13 de novembro de 2024
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Aprovado estudo de implante cerebral em humanos com paralisia

Aprovado estudo de implante cerebral em humanos com paralisia

Neuralink, uma startup que desenvolve chips, vai poder recrutar humanos para iniciar testes de implante cerebral para casos médicos. A empresa informou que recebeu, na terça-feira (19), aprovação de um conselho de revisão independente. As pessoas com lesões da medula espinhal cervical ou esclerose lateral amiotrófica podem qualificar-se para o estudo, que durará seis anos.

A partir desta semana a Neuralink, que é do multimilionário Elon Musk, pode começar a recrutar humanos para o primeiro teste de implante cerebral. O dispositivo é um interface cérebro-computador dirigido para pacientes com paralisia.

Ainda não se sabe, até o momento, o número de participantes que poderão se inscrever no ensaio clinico, mas já foram reveladas as características dos candidatos: doentes com paralisia devido a lesão da medula espinhal cervical ou esclerose lateral amiotrófica.

Em comunicado, a Neuralink explicou que o estudo usará um robô para colocar cirurgicamente o implante de interface cérebro-computador em uma “região do cérebro que controla a intenção de movimento”.

“O objetivo inicial é permitir que as pessoas controlem um cursor ou teclado de computador usando apenas os seus pensamentos.”

Segundo a Reuters, a Neuralink esperava receber aprovação para implantar o dispositivo em dez pessoas.

Porém, estava negociando um número menor com a Administração de Medicamentos e Alimentos (FDA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, após a agência ter levantado preocupações de segurança, segundo relatos de funcionários.

Entretanto, não se sabe quantos pacientes a FDA aprovou ou quando e onde o ensaio será realizado.

De acordo com especialistas, caso o implante cerebral demonstre ser seguro para uso humano, levará mais de uma década para que a empresa obtenha autorização de venda.
Escrutínio federal

No ano passado, a FDA negou o pedido da empresa para acelerar os testes em humanos, mas em maio o regulador norte-americano acabou por dar a autorização para o primeiro ensaio clínico.

Na rede X, a empresa explicava, à época, que “o recrutamento ainda não está aberto para o nosso ensaio clínico. Anunciaremos mais informações sobre isso em breve”.

Meses antes, a Neuralink esteve sob escrutínio federal pela forma como geria os ensaios em animais. Isto porque surgiram relatos de ex-funcionários sobre o sofrimento desnecessário causado às cobaias e caracterizaram as operações como “trabalhos de hack”. Alegaram que, em um caso específico, o dispositivo foi implantado na posição errada em porcos, levando à eutanásia dos animais.

As informações desencadearam inquéritos conduzidos pelo Departamento de Agricultura. Na investigação, foi citado o abuso de animais e o Departamento de Transportes foi questionado sobre o manuseio incorreto de materiais com risco biológico entre estados.

Aparentemente, a empresa superou essas questões, uma vez que Elon Musk já deu a entender que quer ampliar as operações da Neuralink. Afirma que facilitaria inserções cirúrgicas rápidas dos seus dispositivos com chips para “tratar doenças como obesidade, autismo, depressão e esquizofrenia”.

Foto: Reprodução




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